BE2149
Compartilhe:
CINDER 2005
Veja nesta edição:
- O crescimento econômico moderno só se dá nos países que contam com direitos de propriedade seguros” – Lee Alston
- Regularização fundiária com titulação dominial é a base para o desenvolvimento econômico sustentável” – Patrícia Ferraz
CINDER 2005
O crescimento econômico moderno só se dá nos países que contam com direitos de propriedade seguros” – Lee Alston
Um dos destaques da abertura doXV Congresso Internacional de Direito Registral, CINDER 2005, no dia 8 de novembro, foi a conferência inaugural do economista norte-americano Lee J. Alston, que antecedeu as palestras simultâneas. De forma descontraída, mas utilizando argumentos acadêmicos, ele apresentou a visão econômica da importância do direito à propriedade. Fundamentou suas teses em vários trabalhos que desenvolveu nos últimos dez anos como diretor do Instituto de Ciências do Comportamento e professor de Economia da Universidade de Colorado.
Lee Alston iniciou sua exposição com uma pergunta: por que o mundo inteiro não é rico? Para ele, essa é a questão mais relevante da economia mundial. “Os princípios gerais da economia sugerem que o mundo deveria ser igualmente rico. Ou seja, em todos os fatores de produção e não de propriedade, que é um bem imóvel. Portanto, seu papel é fornecer instrumentos para o desenvolvimento econômico. Então, esse é o enigma!”, afirmou.
O norte-americano desmistificou o problema da falta de recursos naturais como empecilho para o desenvolvimento, o que, em sua opinião, não é fator decisivo para o desenvolvimento de um país. Acrescentou que “o capital é altamente móvel e ele vai para onde tem maior taxa de retorno para investimentos diretos ou retorno a curto prazo.”
Segundo Alston, economistas e socialistas concluíram que os países não são todos igualmente ricos em razão das instituições, que são problemáticas. “Para que uma instituição funcione bem, ela tem que se enquadrar nas condições locais. Os modelos de instituições não devem ser fechados, uma vez que podem perfeitamente se adequar a um país e falhar em outro.”
Muitos países têm ótimas definições sobre o direito à propriedade, como os Estados Unidos, bem como muitos cidadãos também têm consciência do que esses direitos significam. Mas, na prática, não funcionam por falta de fiscalização”, criticou Alston.
O palestrante falou ainda sobre questões pertinentes à reforma agrária. À questão de tirar as terras dos ricos e dar para os pobres, respondeu que isso já foi testado em alguns países e fracassou. “Queremos que as pessoas se tornem agricultores auto-suficientes, agricultores independentes”, complementou.
Minha mensagem é que o crescimento econômico moderno só se dá nos países que contam com direitos de propriedade seguros, que é o que ocorre aqui no Brasil. Também é fundamental para o desenvolvimento que haja fiscalização dos direitos”, concluiu o especialista americano. volta
Regularização fundiária com titulação dominial é a base para o desenvolvimento econômico sustentável” – Patrícia Ferraz
Outro destaque do dia 8 de novembro foi a regularização fundiária sob a ótica do desenvolvimento econômico sustentável, tema apresentado pela diretora de regularização fundiária e urbanismo do Irib, Patrícia Ferraz.
A conferencista resumiu sua palestra.
A regularização fundiária pode ser utilizada não só como instrumento de garantia de acesso à moradia e de segurança da posse, mas principalmente como instrumento de fomento ao desenvolvimento econômico do país e, também, como instrumento valioso de combate à pobreza. A garantia do acesso à moradia está prevista na Constituição federal. É importantíssima! É inegável que devemos trabalhar para dar condições de vida mais dignas para a população de baixa renda. Mas a regularização fundiária não pode ser vista só sob esse ponto de vista. É necessário que o tempo, a energia e o dinheiro gastos com a regularização fundiária sejam utilizados para obter – mediante titulação dominial e garantia do direito de propriedade – a capacitação da população de mais baixa renda em prol do desenvolvimento econômico do país. Essas pessoas precisam receber títulos de propriedade para dá-los em garantia real, obter créditos no mercado formal com juros mais baixos e, conseqüentemente, alcançarem condições legítimas e equânimes de mudar de patamar socioeconômico. Só assim poderemos promover o desenvolvimento econômico do país de forma sustentada.”
A diretora do Irib declarou estar muito feliz pela realização do Cinder 2005 no Brasil, com organização do instituto brasileiro. “Acho que todos nós registradores brasileiros estamos honrados de poder sediar mais um evento do Cinder e de receber tantos parceiros, colegas e registradores de outras partes do mundo. Especialmente para tratar de dois assuntos que hoje estão em pauta em todos os países em desenvolvimento e já desenvolvidos, que são justamente as questões da regularização fundiária e do credito imobiliário. Estes dois assuntos estão diretamente ligados à questão do desenvolvimento econômico. E é importantíssimo que nós, do bloco dos países em desenvolvimento, possamos trocar idéias e experiências sobre o que estamos fazendo.”
A registradora de Diadema pontuou que “Brasil tem dimensões continentais e já tem uma larga experiência em regularização fundiária: experiências boas e experiências mal sucedidas. Precisamos passar para os colegas de outros países o que foi feito de errado e o que estamos fazendo de forma correta e adequada, para que todos possamos melhorar esse mundo.” volta
Últimos boletins
-
BE 5953 - 07/11/2025
Confira nesta edição:
Você conhece a parceria IRIB e YK Editora? | RARES-NR promove “Campanha Natal Inteligente” em parceria com a tradicional ação “Adote uma Entidade” | Projeto de Lei define chácara como pequenas propriedades rurais | Provimento CN-CNJ n. 195/2025 é debatido por Registradores de Imóveis do interior de São Paulo | Clipping | IRIB Qualifica oferece cursos online em áreas como gestão e compliance | TAC7 oferece evento online beneficente: “Aprimoramento em Gestão Financeira e Gestão de Carreira” | Workshop: Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo | STJ redefine a impenhorabilidade da pequena propriedade rural: Reserva Legal fora do cálculo – por Ana Clara Oliveira | Jurisprudência do TJMG | IRIB Responde.
-
BE 5952 - 06/11/2025
Confira nesta edição:
“IRIB Qualifica” reúne cerca de 200 pessoas em Curso sobre Sustentabilidade e Práticas ESG | PL que restringe critérios de desapropriação de terras para reforma agrária é aprovado na Câmara dos Deputados | STJ: é válida a arrematação por 2% do valor de avaliação do imóvel pertencente à empresa falida | 2º ENAC: confira o gabarito definitivo e o resultado preliminar | Clipping | IRIB Qualifica oferece cursos online em áreas como gestão e compliance | TAC7 oferece evento online beneficente: “Aprimoramento em Gestão Financeira e Gestão de Carreira” | Workshop: Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo | A averbação de saneamento na matrícula do imóvel – Provimento 195/25 CNJ – por Vitor Frederico Kümpel e Fernando Keutenedjian Mady | Jurisprudência do TRF4 | IRIB Responde.
-
BE 5951 - 05/11/2025
Confira nesta edição:
Diretoria do IRIB se reúne para tratar sobre padronização | Lei n. 15.251, de 3 de novembro de 2025 | Portaria CN-CNJ n. 56, de 04 de novembro de 2025 | PL que trata de imóveis rurais em faixa de fronteira é aprovado no Senado Federal | Plataforma para redução de CO2 em projetos habitacionais é fruto de parceria entre CEF e USP | Nota Técnica do RIB-MG traz orientações sobre cobrança de emolumentos para Cédulas Rurais | Clipping | IRIB Qualifica oferece cursos online em áreas como gestão e compliance | TAC7 oferece evento online beneficente: “Aprimoramento em Gestão Financeira e Gestão de Carreira” | Workshop: Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo | Georreferenciamento segue obrigatório com a suspensão da certificação do INCRA? – por Jean Karlo Woiciechoski Mallmann | Jurisprudência do STJ | IRIB Responde.
Ver todas as edições
Notícias por categorias
- Georreferenciamento
- Regularização fundiária
- Registro eletrônico
- Alienação fiduciária
- Legislação e Provimento
- Artigos
- Imóveis rurais e urbanos
- Imóveis públicos
- Geral
- Eventos
- Concursos
- Condomínio e Loteamento
- Jurisprudência
- INCRA
- Usucapião Extrajudicial
- SIGEF
- Institucional
- IRIB Responde
- Biblioteca
- Cursos
- IRIB Memória
- Jurisprudência Comentada
- Jurisprudência Selecionada
- IRIB em Vídeo
- Teses e Dissertações
- Opinião
- FAQ - Tecnologia e Registro
Últimas Notícias
- Inventário e partilha extrajudicial. Cessionário – alteração. Rerratificação.
- Compra e Venda – instrumento particular. Art. 108 do CC. Princípio 'tempus regit actum' – aplicabilidade. Escritura pública – necessidade.
- STJ redefine a impenhorabilidade da pequena propriedade rural: Reserva Legal fora do cálculo
