BE3147
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Perspectivas da economia brasileira e desenvolvimento do mercado de crédito imobiliário
Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, e Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central do Brasil, ambos sócios da empresa Tendências Consultoria, falaram aos congressistas do XXXIV Encontro dos Oficiais de Registro de Imóveis do Brasil, sobre as perspectivas da economia brasileira e o desenvolvimento do mercado de crédito imobiliário, na quarta-feira, 26 de setembro.
Perspectivas da economia brasileira
Maílson da Nóbregamostrou os indicadores de uma nova realidade brasileira caracterizada por instituições fortes tanto política como economicamente.
Para ele, o amadurecimento proporcionado por 25 anos de reformas resultou em estabilidade econômica, previsibilidade e acesso facilitado ao crédito. Aos poucos, essa nova realidade se incorpora à ação e aos planos empresariais. No entanto, entende que um maior crescimento depende de reformas estruturais, investimento, inovação e aumento de produtividade.
Gráfico1 - Projeções para 2007-2010
Quanto às tendências para 2007, Maílson indicou um cenário geral de “bons ventos na economia mundial, apesar das turbulências” e, para o Brasil, um crescimento maior do que se imaginava.
Como tendências principais mencionou a taxa de câmbio estável e previsível; baixo risco de descontrole inflacionário; melhoria dos indicadores de endividamento público; expansão do crédito e da renda; e consolidação das condições para o grau de investimento.
Os riscos estariam numa desaceleração brusca do crescimento mundial, causada pela turbulência nos mercados financeiros e em eventual piora da gestão macroeconômica.
Tendências do mercado imobiliário
Como forças para o crescimento do crédito, o conferencista apontou a estabilidade macroeconômica, a queda de juros e o crescimento da economia. Já as razões para a expansão do mercado seriam o crédito habitacional e respectiva queda no valor das prestações; a maior segurança jurídica, proporcionada pelo patrimônio de afetação, reconhecimento da parcela incontroversa e viabilização da alienação fiduciária de imóveis; e a oferta de imóveis, com a sofisticação dos incorporadores e do mercado financeiro.
Gráfico2 - Crédito Habitacional (% do PIB)
Maílson da Nóbrega concluiu que embora ainda haja muito a resolver, há razões para otimismo como a consolidação da democracia, instituições econômicas fortes e uma sociedade intolerante à inflação, entre outras.
Desenvolvendo o mercado de crédito imobiliário
Gustavo Loyola apontou como fatores que afetam o crédito imobiliário, no que diz respeito à oferta de fundos: a informação sobre os tomadores de crédito; a capacidade de avaliar o imóvel objeto do financiamento; a capacidade de execução da garantia, em caso de inadimplemento do devedor; a estabilidade macroeconômica; e o acesso a fundos de longo prazo.
No que se refere à demanda de fundos, os fatores que afetam o crédito imobiliário seriam o crescimento da renda real; a taxa de formação de novos domicílios (famílias); e a estabilidade macroeconômica (confiança no futuro).
No caso brasileiro, indicou como fatores que afetam o crédito imobiliário, relativamente à demanda: o déficit habitacional gigantesco, principalmente entre a população de média e baixa rendas; a alta taxa de formação de novos domicílios; e a estabilidade macroeconômica adquirida. Quanto à oferta, relacionou fatores como a maior disponibilidade de recursos de longo prazo; aumento da capacidade de execução de garantias vinculadas ao crédito imobiliário; e melhora das informações sobre os tomadores de crédito.
No entanto, o economista considera imprescindíveis certas medidas como a implantação do cadastro positivo e a concentração das informações na matrícula do imóvel.
E mais: desenvolvimento do mercado secundário de títulos de renda fixa (CRIs); desregulamentação do sistema brasileiro de poupança, SBPE; redução do custo da intermediação financeira (compulsórios); e sedimentação da jurisprudência favorável ao direito dos credores.
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