BE2802
Compartilhe:
Coluna do Irib publicada no dia 3 de dezembro de 2006, domingo, no caderno de Imóveis do jornal Diário de S. Paulo, respondida pelo registrador Fábio Marsiglio, oficial de RI de Piedade, SP, e diretor adjunto de Assuntos Agrários do IRIB.
PERGUNTA: Em junho de 1996, adquiri um imóvel através de procuração específica, dada pela ex-proprietária, em face de um negócio feito entre ela e a pessoa que me vendeu o apartamento. À época, firmamos um compromisso e compra e venda. Ocorre que, recentemente, fui impedido de passar a escritura porque a antiga proprietária entrou com uma ação na justiça contestando o negócio, sendo que a procuração está suspensa por Medida Cautelar Inominada. Pergunto: como fazer para regularizar minha situação e quais as cautelas que devem ser tomadas em negócios feitos por procuração? R. B. – Parada de Taipas, SP
RESPOSTA DO IRIB: O consulente terá de ingressar também na Justiça, visando provar que já pagou pelo imóvel e que tem direito à transmissão definitiva da propriedade. Para tanto, terá de contratar um advogado, que poderá se valer de algumas medidas judiciais, dentre as quais a oposição ao processo ou até mesmo a transferência judicial do imóvel. O caminho a ser tomado deverá ser estudado com o advogado.
O negócio imobiliário feito por procuração é tão seguro quanto o negócio feito pelas próprias partes, desde que cercado das cautelas de praxe.
A primeira cautela, aplicável a qualquer negócio, é nunca, nunca deixar para depois o que pode desde já ser regularizado ou registrado. O Direito não socorre o atraso. Exemplo: deve sempre ser registrado no Cartório de Imóveis o compromisso de compra e venda (contrato), mesmo antes da escritura definitiva, pois, feito o registro, todos saberão que aquele imóvel está prometido à venda e terão de respeitar o contrato. Mas, se o documento for para a gaveta, aguardando a escritura definitiva para então ser registrada no Cartório de Imóveis, até lá o comprador ficará sujeito aos riscos de ter o imóvel ainda em nome do devedor, durante um longo período de tempo,. Registrar não é caro. Caro é consertar um negócio que deu errado por falta de registro.
A segunda cautela é sempre exigir Procuração Pública, não só nos contratos que envolvam imóveis (quando ela é obrigatória), como em outros de valor considerável. A Procuração Pública é feita no Cartório de Notas (o mesmo que faz a Escritura definitiva), que é um órgão do Estado especializado em instrumentar negócios, ou seja, é um agente estatal posto à disposição da população justamente para que as pessoas possam fazer negócios com segurança.
A terceira cautela, é só fazer negócio mediante a apresentação de Procuração Pública recente, ou seja, expedida a poucos dias pelo Cartório de Notas. Isto porque, caso a procuração tenha sido cancelada (revogada), ou mesmo suspensa por decisão judicial (como no caso apresentado), tal informação constará no Cartório de Notas e, ao expedir a certidão da procuração, o tabelião informará tais ocorrências. E, tal controle é muito difícil de ser feito no caso de procurações particulares.
Por último, deve ser analisado se aquele que passou a procuração pode, efetivamente, vender o imóvel, isto é, se consta como proprietário no registro do Cartório de Imóveis. Tal informação pode ser obtida pelo interessado no Cartório de Imóveis mesmo antes da conclusão do negócio e, quando da lavratura da escritura pública, será estuda pelo tabelião de notas que lavrará o instrumento público.
Pois bem, tomadas as cautelas acima, com relação à procuração, e feito o registro no Cartório da escritura, o imóvel passará a constar como de propriedade do comprador, com todos os direitos e segurança que só o registro no Cartório de Imóveis concede. (Resposta elaborada por Fábio Marsiglio, diretor do IRIB)
Fonte: Instituto de Registro Imobiliário do Brasil, Irib
site: www.irib.org.br - e-mail: [email protected] - tel.: 11 3289-3599
Últimos boletins
-
BE 5883 - 01/07/2025
Confira nesta edição:
Revista de Direito Imobiliário inicia chamada de artigos para edição do 1º semestre de 2026 | L ENCONTRO DOS OFICIAIS DE REGISTRO DE IMÓVEIS DO BRASIL: AINDA NÃO FEZ SUA INSCRIÇÃO? | CDU aprova substitutivo ao PL n. 20/2020 que cria o Programa Nacional de Moradia por Autogestão | ONR alerta sobre riscos jurídicos de tokenização fora da lei | PID 25: Registros de Imóveis contemplados já podem ser consultados no Ofício Eletrônico | XV Fórum de Integração Jurídica de Direito Notarial e Registral e I Fórum de Prática da Advocacia Extrajudicial DF | CONARCI ALAGOAS 2025 | Os condomínios 10 anos após o CPC: A lei teve serventia? – por Jaques Bushatsky | Jurisprudência do CSMSP | IRIB Responde.
-
BE 5882 - 31/07/2025
Confira nesta edição:
L ENCONTRO DOS OFICIAIS DE REGISTRO DE IMÓVEIS DO BRASIL: AINDA NÃO FEZ SUA INSCRIÇÃO? | Acesse todas as edições das coleções Cadernos IRIB e IRIB Academia | Portaria RFB n. 561, de 24 de julho de 2025 | Provimento CN-CNJ n. 201, de 28 de julho de 2025 | Uso obrigatório de títulos estruturados em XML no Registro de Imóveis é oficializado pelo ONR | PQTA 2025: prazo para inscrição se encerra HOJE! | PL Institui o Termo Territorial Coletivo como instrumento urbanístico de gestão territorial | Clipping | XV Fórum de Integração Jurídica de Direito Notarial e Registral e I Fórum de Prática da Advocacia Extrajudicial DF | CONARCI ALAGOAS 2025 | Usucapião como limite temporal para reconhecimento da fraude à execução fiscal – por Antonio Carlos de Souza Jr. e Roberto Paulino de Albuquerque Júnior | Jurisprudência do TJSC | IRIB Responde.
-
BE 5881 - 30/07/2025
Confira nesta edição:
L ENCONTRO DOS OFICIAIS DE REGISTRO DE IMÓVEIS DO BRASIL PROMOVERÁ O LANÇAMENTO OFICIAL DE DIVERSAS OBRAS! | Você conhece a parceria IRIB e YK Editora? | TJBA cria Corregedoria-Geral do Foro Extrajudicial | IV Jornada de Direito Processual Civil: aberto o prazo para envio de propostas de enunciados | ABECIP divulga balanço do financiamento imobiliário do 1º semestre | XV Fórum de Integração Jurídica de Direito Notarial e Registral e I Fórum de Prática da Advocacia Extrajudicial DF | CONARCI ALAGOAS 2025 | Regime da separação convencional de bens e a renúncia antecipada à herança – por Rafael Adelor Cabreira | Jurisprudência do TJRJ | IRIB Responde.
Ver todas as edições
Notícias por categorias
- Georreferenciamento
- Regularização fundiária
- Registro eletrônico
- Alienação fiduciária
- Legislação e Provimento
- Artigos
- Imóveis rurais e urbanos
- Imóveis públicos
- Geral
- Eventos
- Concursos
- Condomínio e Loteamento
- Jurisprudência
- INCRA
- Usucapião Extrajudicial
- SIGEF
- Institucional
- IRIB Responde
- Biblioteca
- Cursos
- IRIB Memória
- Jurisprudência Comentada
- Jurisprudência Selecionada
- IRIB em Vídeo
- Teses e Dissertações
- Opinião
- FAQ - Tecnologia e Registro
Últimas Notícias
- PID 25: Registros de Imóveis contemplados já podem ser consultados no Ofício Eletrônico
- ONR alerta sobre riscos jurídicos de tokenização fora da lei
- CDU aprova substitutivo ao PL n. 20/2020 que cria o Programa Nacional de Moradia por Autogestão