BE2629
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Visão contemporânea e prática do direito imobiliário – Registros Públicos – Exigências e Soluções Práticas
O Meio Ambiente e o Registro de Imóveis
Marcelo Augusto Santana de Melo*
Introdução
– Necessidade de adaptação do Registro de Imóveis à função socioambiental.
– Utilização da estrutura do Registro de Imóveis para a publicidade da informação ambiental.
– Unificação das publicidades ambiental e registral.
Função socioambiental da terra
– Código Civil de 1916 (Direito Romano, Código de Napoleão).
– Constituição federal, artigo quinto, XXIII (direitos e garantias fundamentais); artigo 170, III (Ordem Econômica); e artigo 186 (política agrícola e fundiária).
– Código Civil de 2002, artigo 1.228, parágrafo primeiro.
Não há direito de propriedade para quem não faz a terra cumprir sua função social (Carlos Frederico Marés)
Registro de Imóveis
– Origem como necessidade de controle do tráfego imobiliário.
– 1843 – Lei Orçamentária: registro das hipotecas.
– Novel função: Guardião da função social da propriedade (CF, 1998).
– Importante – alguns princípios utilizados no Registro de Imóveis:
– Princípio da Especialidade;
– Princípio da Unitariedade da matrícula;
– Princípio da Publicidade.
Por que aproveitar a estrutura do Registro de Imóveis?
– é um órgão que exerce serviço público (CF, art. 236);
– são organizados territorialmente;
– relacionam-se com todos os órgãos da Administração;
– profissionais de qualificação técnica aprovados em concurso de prova e de títulos (art. 3º, lei 8.935/94);
– conexão com o Sistema Geodésico Brasileiro (lei 10.267/2001 e decreto 4.449/2002);
Publicidade Legal
– Os espaços territoriais já possuem publicidade legal;
– Publicidade ficta que não facilita a preservação;
– Somente a publicidade ambiental no Registro de Imóveis previne de forma eficaz futuros adquirentes.
Áreas de proteção e recuperação dos mananciais – APRM’s
Manancial é qualquer corpo d'água, superficial ou subterrâneo, utilizado para abastecimento humano, industrial, animal ou irrigação.
– Averbação possível, mesmo das restrições.
– Especialização também possível.
– SP: lei estadual 9.866/97 prevê a responsabilidade funcional do registrador em caso de não publicidade das restrições.
Áreas contaminadas
Área contaminada é aquela onde, comprovadamente, há poluição causada por quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados, e que causa impacto negativo à saúde humana e ao meio ambiente.
– Averbação dos imóveis contaminados e fontes de contaminação:
– Espanha: Real Decreto 9/2005 – 14 de janeiro de 2005.
– Processo CG 167/2005 – São Paulo – Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo
Requisitos para a averbação das áreas contaminadas
– Termo de área contaminada emitido pela Cetesb;
– Precisa identificação do imóvel mediante descrição enunciativa e indicação da matrícula ou transcrição;
– Informação se a contaminação é total ou parcial;
– Prévia notificação do proprietário ou detentor de direito real;
– Substâncias contaminantes.
Áreas de preservação permanente
– Publicidade decorrente de lei, mas a especialização é possível.
– Lei 9.393/1996 – imposto sobre a propriedade territorial rural, ITR: a APP é excluída do cálculo do imposto (art. 10, § 1º, inciso II, “a”) e sua especialização no Registro de Imóveis facilitaria a isenção ou não-incidência.
– Artigo terceiro, inciso III, da lei 6.766/79, não permite o parcelamento em “em áreas de preservação ecológica”.
Reserva legal
– É a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção da fauna e flora nativas.
– Artigo 225, parágrafo primeiro, inciso III, Constituição federal (espaço territorial especialmente protegido).
– Artigo 16 do Código Florestal (lei 4.771, de 15/9/1965), com a redação dada pela (MP 2.166-67, de 24/8/2001, art. 1º, § 2º, III).
– Decreto SP 50.889, de 16 de junho de 2006.
Exigibilidade
– Na supressão de florestas ou de outras formas de vegetação nativa (art. 3º, § 1º, do decreto estadual (SP) 50.889, de 16 de junho de 2006);
– Atos de registro. Condição – Impossibilidade – Decisão administrativa CG 421/00, de 16/6/2000 – Jaboticabal; Possibilidade – Superior Tribunal de Justiça, RMS 18301/MG, 24/8/2005;
– Somente legislação federal poderá obrigar ou vincular a especialização da reserva legal a atos de registro (art. 22, XXV, Constituição federal);
– Publicidade legal e registrária;
– Única limitação administrativa com essa ampla publicidade;
– Porcentagem no Estado de São Paulo : 20% (art. 16, inciso IV, Código Florestal);
– Natureza jurídica da averbação: declaratória. A reserva legal tem existência legal, a averbação não é constitutiva.
Experiência espanhola
– Agência Européia de Meio Ambiente elegeu o Registro de Imóveis da Espanha como modelo ideal de publicidade ambiental;
– Semelhanças com o Sistema de transmissão de propriedade brasileiro
* Marcelo Augusto Santana de Melo é registrador imobiliário em Araçatuba-SP e Diretor de Meio Ambiente do Instituto de Registro Imobiliário do Brasil – IRIB
Consulte
BE 2612 – Visão contemporânea e prática do direito imobiliário – Registros Públicos – Exigências e Soluções Práticas. Entrevista com o coordenador do evento, Jaques Bushatsky, diretor do Secovi-SP e presidente do Conselho de Mediação e Arbitragem do Programa de Qualificação Essencial (PQE) do Secovi-SP.
BE 2616 – Visão contemporânea e prática do direito imobiliário – Registros Públicos – Exigências e Soluções Práticas. Da retificação de área – José Vicente Amaral Filho
Realização:
Universidade Secovi
Patrocínio:
Estadão
Varig
Apoio:
Arisp
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