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IRIB apóia Exposição Ciccillo – Acervo MAC USP
Andrea Matarazzo posa ao lado de Francisco Matarazzo Sobrinho, obra de Quirino da Silva
O Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo está homenageando seu principal membro fundador, Francisco Matarazzo Sobrinho, Ciccillo, com a exposição Ciccillo – Acervo MAC USP. O Irib apoiou a importantemostra, que comprova a importância do patrimônio cedido por Ciccillo à Universidade de São Paulo, e participou da inauguração, no último dia 9 de fevereiro,na sede do museu, na cidade universitária.
Sérgio Jacomino e Andrea Matarazzo
O nascimento do MAC USP
Em 1962, Francisco Matarazzo Sobrinho doou à universidade 429 obras de sua coleção particular (pinturas, esculturas, desenhos e gravuras) e, em 1963, mais 19 obras estrangeiras (pinturas e esculturas), de coleção em comum com sua mulher Yolanda Penteado.
Em 1963, com a dissolução do Museu de Arte Moderna de São Paulo, que havia sido fundado pelo próprio Ciccillo em 1948, o empresário transferiu as 1236 obras desse museu para a USP. Com esse conjunto de doações funda o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, MAC, em 8 de abril de 1963.
A seleção de obras da exposição registra importantes momentos da origem do acervo MAC USP e oferece ao visitante as tendências da arte nas últimas décadas. A representatividade dos trabalhos revela a excepcional contribuição de Francisco Matarazzo Sobrinho à arte de São Paulo e do Brasil.
A exposição Ciccillo – Acervo MAC USP está dividida em três seções: núcleo da coleção inicial, questões estéticas e desdobramentos da coleção. Vale a pena conferir esse patrimônio artístico e cultural.
Visite a mostra até 16 de abril de 2006: ingresso grátis
Andrea Matarazzo, subprefeito da Sé; Elza Ajzenberg, diretora do MAC-USP e Gian Luca Bertinetto, cônsul-geral da Itália
Local: sede do MAC USP
Endereço: Rua da Reitoria, 160, cidade Universitária
Horário: de terça a sexta-feira das 10h às 18h. Sábado, domingo e feriado das 10h às 16h. O museu fecha na segunda-feira.
Perfil de Ciccillo
A família Matarazzo, incorporada à história da cidade de São Paulo, iniciou sua trajetória com as ações de Francisco Matarazzo (1854-1937), imigrante italiano vindo para o Brasil em 1881, que fundou uma corporação industrial com atividades diversificadas em negócios de exportação, produtos alimentícios, metalúrgicos, gráficos e muitos outros. Contava com o auxílio de seus familiares e amigos, entre eles seu irmão Andrea Matarazzo (1865-1953), pai de Francisco Matarazzo Sobrinho, Ciccillo (1898-1977). A família Matarazzo predominou no setor industrial brasileiro, transferindo sua influência para a política, tanto nacional, quanto internacional. Por serviços prestados na I Guerra Mundial, Francisco Matarazzo recebeu o título de Conde, transmissível a seus descendentes e Andrea Matarazzo adquiriu o título de Senador - ambos lideraram a família e os negócios por longo período.
Filho de Virgínia Matarazzo e do Senador Andréa Matarazzo, Francisco Matarazzo Sobrinho, Ciccillo nasceu em 20 de fevereiro de 1898 em São Paulo, onde realizou os estudos fundamentais. Aos 10 anos de idade, partiu para a Europa com a finalidade de completar seus estudos. Estudou engenharia em Nápoles e Liège, interrompendo o curso em virtude da I Guerra Mundial.
Em 1924, Ciccillo iniciou suas atividades empresariais, adquirindo a Metal Graphica Aliberti de seu tio, o Conde Matarazzo. Logo em seguida, associou-se a Julio Pignatari, formando a empresa Pignatari & Matarazzo que se expandiu rapidamente nas áreas de metalurgia, estamparia de embalagens e laminação, até que, em 1935, a empresa foi desmembrada, passando Ciccillo a ser o único proprietário da Metalma - Metalúrgica Matarazzo. Transformou-se em líder de um dos maiores complexos industriais da América do Sul e de inúmeras empresas.
Com todo o êxito que obteve no mundo dos negócios, Ciccillo não se dedicou apenas às preocupações empresarias. A divulgação da arte contemporânea no país pode ser considerada um desdobramento dos seus empreendimentos.
Internacionalmente conhecido por sua atuação no campo artístico-cultural, tornou-se colecionador de obras de arte e livros. Estabeleceu, na Europa, contatos voltados especialmente para intercâmbios em entidades culturais, nacionais e estrangeiras. Entre esses contatos, destaca-se o convite de David Rockefeller para que Matarazzo Sobrinho integrasse a Comissão do Conselho Internacional do Museu de Arte Moderna de Nova York. Com grande tenacidade, reuniu em torno de si um grupo de pessoas para a fundação do Museu de Arte Moderna MAM SP (1947); criou o Teatro Brasileiro de Comédia (1948); constituiu a Companhia Vera Cruz (1949), incentivando a indústria cinematográfica nacional; atuou diversas vezes como Comissário do Brasil na Bienal de Veneza (de 1950 a 1975); fundou a Bienal de São Paulo (1951). Mais tarde, contribuiu para a fundação do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (1963).
Sempre aberto a novas experiências, Ciccillo dedicou-se a outras ações, tais como: a coordenação da Fundação do Museu de Ciências (1962); a participação, como presidente, na Comissão do IV Centenário da Fundação de São Paulo (1952) – considerado um dos criadores do Parque Ibirapuera, convidou Oscar Niemeyer para planejá-lo; a instituição do Prêmio Matarazzo, que beneficiava projetos arquitetônicos (1953); a criação da Fundação Maria Raffaella Caramiello Matarazzo, entidade responsável por escavações arqueológicas na cidade de Herculano (1962) – desta iniciativa, mais tarde, surgiria o Museu Arqueológico da Universidade de São Paulo (1964).
Acrescentem-se, nas atividades de Ciccillo, os estudos para a organização da Feira Internacional de São Paulo, em caráter permanente; a idéia das Bienais Nacionais, uma grande concentração de obras e artistas que formariam posteriormente a representação brasileira nas Bienais Internacionais; a implantação das Bienais Internacionais do Livro e, com esse evento, o Seminário de Literatura das Américas e o Prêmio Interamericano de Literatura (1974), outorgado em sua primeira edição ao escritor argentino Jorge Luiz Borges. Ainda idealizou e realizou a mostra da Gravura Brasileira (1974), com grande repercussão. Em 1976, desdobrava-se entre a presidência da Comissão Executiva da IV Bienal Internacional do Livro e a organização de uma Fundação Cultural, destinada a conceder bolsas de estudo para pós-graduação a estudantes carentes. Por último, foi eleito prefeito da Estância Balneária de Ubatuba (1969), para a qual desenvolveu plano de reestruturação social e promoção turística.
Mecenas das artes, com forte atuação social, doou para a cidade de São Paulo um presépio napolitano (1956), obra do século XVIII, com cerca de 300 peças, que deu origem ao Museu do Presépio (Parque Ibirapuera, inaugurado em 1969 – atualmente o presépio está no Museu de Arte Sacra de São Paulo) e um oratório mineiro, também datado do século XVIII. As coleções de obras de arte foram doadas à Universidade de São Paulo e incorporadas ao acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (1963). Há registro de uma doação de 10 mil volumes, especializados em artes, para a Universidade (1963). Instituiu um prêmio de 25 mil dólares na Bienal de Ciências e Humanidades (1971), sendo que a primeira edição beneficiou o Prof. Charles M. Best, descobridor da insulina. Por seu desempenho, recebeu inúmeros prêmios e condecorações.
Francisco Matarazzo Sobrinho colocou definitivamente a arte brasileira contemporânea nos circuitos internacionais e possibilitou que a cultura do país se atualizasse por meio do contato com a produção mundial. Como Presidente do MAM SP e da Fundação Bienal de São Paulo, da qual esteve à frente até 1975, influiu na dinamização do mercado de arte, na formação de público e no incentivo à produção artística de vanguarda. Investiu recursos, prestígio e capacidade empresarial para conferir à arte e à cultura o caráter institucional, profissional e contemporâneo.
(Fonte: http://www.macvirtual.usp.br/templates/exposicoes/Ciccillo/Ciccillo.asp).
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