A Tribuna - Mercado de imóveis da Baixada Santista prevê alta em 2018
Setor estima aumento no volume de vendas de 2% a 3% neste ano
As previsões de que a economia brasileira crescerá com mais força nos próximos meses dão esperança a um dos segmentos mais afetados pela recessão na região: a construção civil. O setor projeta para este ano uma expansão de 2% a 3% no volume de unidades comercializadas nas cidades centrais da Baixada Santista, em relação ao ano passado.
Caso o cenário se confirme, o mercado local interromperá três anos de vendas tímidas e baixa quantidade de lançamentos imobiliários. A retomada da confiança do consumidor e a política de queda de juros, proposta pelo Banco Central a partir do semestre passado, são apontadas como responsáveis pela injeção de ânimo.
“Estamos com bastante otimismo. As coisas começaram a melhorar. Tudo sinaliza que o pior ficou para trás e atravessaremos um bom momento”, diz o diretor regional do Sindicato da Habitação (Secovi) na Baixada Santista, Carlos Meschini.
Os números do mercado local se baseiam na expectativa de que a economia brasileira crescerá em torno de 3% neste ano. A previsão foi feita na última semana pela equipe econômica do Governo Federal, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Também está alinhada a essa perspectiva a análise do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon- SP), que aposta em uma expansão de cerca de 2% na produção de materiais de construção.
O economista chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, declara que o mercado imobiliário vive, desde o semestre anterior, uma recuperação gradual e lenta. A estimativa para 2018 leva em conta a tendência de ampliação do crédito imobiliário por agentes financeiros, pressionados por aspectos econômicos favoráveis, como inflação baixa e queda no juro real.
Em dezembro, o Banco Central fez novo corte na taxa Selic para 7% ao ano – os chamados juros básicos, no patamar mais baixo da história recente do País. Projeções de bancos privados sinalizam que, a cada ponto percentual de redução nessa taxa, a renda mínima exigida para o financiamento da casa própria cai de 6% a 8% e se incluem 1 milhão de famílias na relação dos que podem contrair empréstimo imobiliário na faixa de R$ 200 mil.
Para o diretor da regional do SindusCon-SP em Santos, Osmar Luiz Quaggio Gomes, a tendência do mercado local é registrar um crescimento gradativo, que deve acompanhar a média de evolução nacional do setor. Com isso, é esperada redução nos estoques de imóveis novos, criando cenários para futuros lançamentos de empreendimentos residenciais.
Ele indica, ainda, que os desdobramentos da corrida eleitoral para a sucessão da Presidência da República podem influenciar no resultado da construção civil. Gomes acredita que os preços do metro quadrado construído tendem a se manter estáveis na região. "Se cair ou subir, será pouco", crava.
Empregos
Apesar de manter um tom cauteloso, Meschini fala em números positivos na criação de postos de trabalho na construção civil. O setor projeta até 4% de aumento na contratação de profissionais com carteira assinada neste ano.
A expectativa é interromper a sequência negativa, responsável pela eliminação de 9,7 mil vagas entre janeiro de 2015 e outubro do ano passado.
Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, as cidades centrais da região demitiram 39.186 trabalhadores do setor nos últimos 36 meses. No igual período, foram admitidos 29.396 profissionais.
"Apanhamos muito no passado recente. Houve o problema nos contratos da Petrobras, fechamento de alas da Usiminas e resultados negativos na política econômica. Agora, a tendência é de melhora nas cidades mais afetadas", sintetiza.
Fonte: A Tribuna
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