Carta aberta ao jornalista David Coimbra, por Mario Mezzari
Mario Mezzari é registrador de imóveis em Pelotas/RS, presidente do Colégio Registral do Rio Grande do Sul e do Conselho Deliberativo do IRIB
Eu gostaria de ver o Jornalista David Coimbra:
- comprar um carro usado no Brasil, com alguns riscos no DUT como assinatura e SEM reconhecimento de firma por autenticidade;
-receber cópias de documentos SEM autenticação de notário, e dá-las por boas e fiéis e nelas se louvar para seus negócios particulares.
Eu gostaria que o Jornalista David Coimbra:
- soubesse que, cada notário e cada registrador coloca em risco todo o patrimônio de uma vida, em cada autenticação, em cada reconhecimento de firma, ou registro, averbação ou certidão por ele expedida;
- estudasse mais sobre as razões da grande quebra do mercado hipotecário dos EUA há poucos anos, e o muito que isso teve relação com a inexistência de registro imobiliário naquele país que ele idolatra diariamente;
- fizesse um “mea culpa” pelas incontáveis inconsistências que a cada dia a imprensa publica, a mesma imprensa que ele defende tanto. Afirmo, infelizmente sem ter o alcance da ZH para divulgar, que quando leio alguma notícia a respeito de fatos notariais e registrais, geralmente a notícia está errada ou confusa, vejo interpretações de jornalistas despreparados para narrar ou opinar sobre questões técnico-jurídicas.
Finalmente, eu gostaria que o Jornalista David Coimbra se curasse da enfermidade que infelizmente o assola, porque ele merece viver e crescer nas experiências da vida. Ele é inteligente e só os inteligentes abrem espaço para mudar conceitos. O ser humano precisa estar em constante evolução, e tenho certeza de que ele poderá refletir melhor sobre as insanidades que assacou contra os cartórios brasileiros, basta conhecer melhor as diferenças entre o nosso sistema e as aparências de um sistema sem segurança jurídica – por isso mesmo sustentado por seguradoras e a custo renovado periodicamente.
O melhor negócio do mundo não são cartórios, ou outros serviços, que cobram apenas uma vez e mantém tudo “ad eternum” disponível ao usuário. O melhor negócio do mundo é aquele em que só se investe uma vez e se cobra mensalmente para disponibilizá-lo, vide seguros, telefonia, televisão a cabo e outros tantos.
Que pena que o David não entende nada do que fazemos.
Mas, como dizia minha madrinha, ele é novo, ainda tem tempo de aprender!
Mario Mezzari
Presidente do Colégio Registral do Rio Grande do Sul
Registrador do 1º Ofício do Registro de Imóveis de Pelotas – RS
Fonte: Colégio Registral do Rio Grande do Sul
Em 14.5.2015
Notícia Anterior
Câmara dos Deputados: seminário discute legislação ambiental e desenvolvimento urbano
Próxima Notícia
STF: Ruralistas questionam lei que veda aquisição de terras por empresas brasileiras com capital estrangeiro
Notícias por categorias
- Georreferenciamento
- Regularização fundiária
- Registro eletrônico
- Alienação fiduciária
- Legislação e Provimento
- Artigos
- Imóveis rurais e urbanos
- Imóveis públicos
- Geral
- Eventos
- Concursos
- Condomínio e Loteamento
- Jurisprudência
- INCRA
- Usucapião Extrajudicial
- SIGEF
- Institucional
- IRIB Responde
- Biblioteca
- Cursos
- IRIB Memória
- Jurisprudência Comentada
- Jurisprudência Selecionada
- IRIB em Vídeo
- Teses e Dissertações
- Opinião
- FAQ - Tecnologia e Registro
Últimas Notícias
- Penhora. Executado – cônjuge. Regime de bens – comunhão parcial. Meação – reserva.
- ONR investirá R$ 20 milhões para digitalizar acervo de Cartórios de cidades pequenas
- Resolução CNJ n. 609 de 19 de dezembro de 2024