Em 08/08/2018

Clipping – G1 - Linha pró-cotista se esgota para imóveis usados e tem só mais R$ 1,8 bi para imóveis novos


Valor representa 36% do orçamento total para a linha no ano. Modalidade é financiada com recursos do FGTS e costuma oferecer os juros mais baixos do mercado. Entenda as regras


A linha de crédito imobiliário Pró-Cotista, financiada com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e considerada a mais barata do mercado, só dispõe de mais R$ 1,8 bilhão em empréstimos em 2018, o equivalente a 36% do orçamento total para o ano. Na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil, entretanto, a linha já está esgotada para a compra de imóveis usados, e só continua disponível para o financiamento de imóveis residenciais novos.
 
A linha pró-cotista é hoje a que cobra os menores juros para quem não se enquadra nas regras do programa Minha Casa Minha Vida e, por ter um orçamento limitado, costuma ser suspensa pelos bancos antes do término do ano. Além disso, neste ano o montante disponível está menor: o orçamento de R$ 5 bilhões definido pelo governo para 2018 é 35% mais baixo do que o do ano passado.
 
No dia 23 de julho, a Caixa anunciou que seus recursos de crédito da linha pró-cotista para financiar imóveis residenciais usados se esgotou para novos contratos. Segundo o banco, o orçamento disponibilizado para imóveis usados no ano foi de R$ 1,4 bilhão e está todo comprometido para as "propostas em andamento".
 
O Banco do Brasil (BB) também informou que, desde maio, não tem mais recursos para financiamento de imóveis usados neste ano. Só para novos.
 
Até então, Caixa e BB eram os únicos bancos a oferecer a linha. O Santander, porém, se habilitou para operar também na modalidade, e o Bradesco informou que começará a operar a linha a partir de janeiro de 2019.
 
Destinada a trabalhadores com conta no FGTS, a linha Pró-Cotista tem atualmente taxas de juros efetivas a partir de 7,85% ao ano na Caixa, e a partir de 9% ao ano no BB. Já o Santander não deu detalhes sobre a oferta da modalidade.
 
Avanço dos bancos privados
A movimentação do Santander e do Bradesco acontece em meio a uma maior participação dos bancos privados no mercado de crédito imobiliário e sinais de crescimento da procura por financiamento de imóveis, após 3 anos seguidos de queda.
 
Considerando todas as linhas, a Caixa segue com folga como o principal agente financeiro no segmento, mas desde o início do ano perdeu a liderança no financiamento imobiliário com recursos da poupança.
 
No 1º semestre, os financiamentos com recursos da poupança avançaram 23% na comparação com a mesma etapa de 2017, alcançando R$ 25,3 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
 
No acumulado nos 6 primeiros meses do ano, a liderança ficou com o Bradesco, que somou R$ 6,77 bilhões em financiamentos, seguido pela Caixa (R$ 5,18 bilhões), Santander (R$ 5,14 bilhão), Itaú (R$ 4,89 bilhões) e Banco do Brasil (R$ 2,43 bilhões).
 
Para estimular o crédito habitacional no país, o governo anunciou no começo de agosto um pacote de mudanças nas regras do Sistema Financeiro Habitacional (SFH). Entre as medidas, está a elevação para até R$ 1,5 milhão do limite do valor dos imóveis que poderão ser adquiridos por trabalhadores com uso do saldo do FGTS. As mudanças, entretanto, entrarão em vigor somente em 1º de janeiro de 2019.
 
Por que é mais barato financiar pela linha Pró-Cotista?
As taxas de juros variam conforme os diferentes tipos de financiamento imobiliário e a linha Pró-Cotista, que é sustentada por recursos do FGTS e tem orçamento definido pelo governo, tem sido a mais barata para aqueles que não se enquadram nas regras do programa Minha Casa Minha Vida ou em programas subsidiados por governos.
 
Nos financiamentos realizados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que utilizam recursos da caderneta de poupança, os juros são limitados a 12% ao ano, com atualização do saldo devedor pela Taxa Referencial (TR). Já linha Pró-Cotista é oferecida com juros entre 7,85% e 9,01% ao ano +TR na Caixa, e de 9% ao ano + TR no Banco do Brasil.
 
Segundo dados do Banco Central, as taxas de juros médias de mercado para financiamento imobiliário ficaram em 10,1% ao ano em junho deste ano. Nos maiores bancos, as linhas do Sistema Financeiro Habitacional (SFH) passaram a ter taxas bem próximas e, desde maio, seguem no mesmo patamar.
 
Segundo dados do Banco Central, as taxas de juros médias de mercado para financiamento imobiliário ficaram em 10,1% ao ano em junho deste ano. Nos maiores bancos, as linhas do Sistema Financeiro Habitacional (SFH) passaram a ficar bem próximas e, desde maio, seguem praticamente no mesmo patamar.
 
Veja como funciona o financiamento linha Pró-Cotista
 
Qual o valor máximo do imóvel financiado pela linha Pró-Cotista?
Se o imóvel for localizado nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro ou no Distrito Federal, o valor máximo é de R$ 950 mil. Nos demais estados, o valor máximo é de R$ 800 mil. O valor mínimo de financiamento é de R$ 50 mil.
A partir de janeiro de 2019, previsão é que os valores serão alterados para até R$ 1,5 milhão para todos os estados.
 
Qual o prazo máximo de financiamento?
30 anos
 
Qual é a taxa de juros?
Caixa: de 7,85% ao ano até 9,01% ao ano, mais a taxa referencial (TR)
Banco do Brasil: 9% ao ano mais a taxa referencial (TR)
 
Quem pode solicitar?
Interessados precisam comprovar um período mínimo de 36 meses de contribuição ao FGTS ou saldo em conta vinculada de pelo menos 10% do valor da avaliação do imóvel. Eles também não podem ser proprietários de imóvel residencial na região metropolitana onde moram ou trabalham, nem possuir financiamento no Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
 
Fonte: G1


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