Em 16/10/2018
Clipping – NSC - Projeto quer criar normas para preservação de fachadas históricas no Centro de Blumenau (SC)
Ideia é resgatar identidade cultural da Rua XV de Novembro e transversais, inclusive com multa para quem desrespeitar os parâmetros
A história dela remete à fundação do próprio município. No Centro histórico de Blumenau, a Rua XV de Novembro – antiga Wurstrasse – teve as primeiras construções da cidade para servirem de casa dos colonizadores da região. Com o passar do tempo os imóveis rurais se tornaram pequenos edifícios de dois pavimentos com térreo comercial e residências no andar de cima, característica que se mantém em alguns locais até hoje e deu o ar comercial que a via tem atualmente.
Com 37 edifícios históricos reconhecidos e protegidos por algum tipo de órgão público, a Rua XV de Novembro e arredores concentra o maior museu a céu aberto da região, com a arquitetura dos tempos coloniais em fachadas que contam um pouco da história do Vale do Itajaí. No entanto, ano após ano a rotatividade dos comércios na região tem mudado com frequência várias fachadas dos imóveis com publicidades, cores diferentes e vitrines destacadas. Não é de hoje que a situação preocupa arquitetos e historiadores e, nos últimos meses, o debate chegou também ao poder público e entidades de lojistas e empresários que veem no charme do centro histórico um atrativo econômico e turístico que não pode se perder.
Através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) a prefeitura, então, lançou um programa de resgate da identidade cultural do centro histórico de Blumenau, como foco nas ruas XV de Novembro, Floriano Peixoto, Curt Hering e Capitão Euclides de Castro. O primeiro passo já foi dado e é uma ação de conscientização dos lojistas da região através de uma cartilha e abordagens da equipe de arquitetos da prefeitura. A ideia é orientar em relação ao uso ordenado de publicidade, padronização de cores e preservação dos detalhes históricos e arquitetônicos das fachadas.
“Notamos um excesso de elementos publicitários, uma poluição visual muito grande e algo que foi se agravando até pelo desconhecimento da lei de publicidade existente no município. A gente pede que eles (os lojistas e proprietários) tenham esse olhar para o edifício, e não para o comércio, para que possa valorizar o edifício. Hoje a gente tem essa inversão de valores”, explica a gerente de patrimônio cultural edificado da prefeitura, a arquiteta e urbanista Ana Maria Surdi.
A cartilha que está sendo entregue orienta os proprietários e lojistas para que evitem cores chamativas e mantenham harmonia em relação aos outros imóveis, padronizem o uso de toldos e não escondam traços históricos das fachadas, evitem grandes letreiros e harmonizem a fachada quando o mesmo imóvel é ocupado por mais de um comércio.
“A ideia é colocar um parâmetro, igualar na região os imóveis que são tombados ou não, entendendo que a Rua XV precisa de uma demanda diferente, por ser um museu a céu aberto”, destaca a arquiteta.
Projeto deve virar lei e prever multas
Inicialmente como uma ação de conscientização por meio de debates e da cartilha, o projeto de preservação da história do Centro deve virar um projeto de lei que a prefeitura vai enviar à Câmara de Vereadores nos próximos meses. Com isso, as orientações devem se tornar normas que serão fiscalizadas e punidas com multa ou outra medida administrativa.
O projeto de lei será escrito enquanto a ação de conscientização está em andamento. Ainda não se sabe quando tempo, mas um período de adaptação estará previsto para que os comércios das ruas envolvidas se enquadrem nos parâmetros arquitetônicos.
Ação é bem vista como incentivo ao comércio pelas entidades empresariais
Entidades como a Associação Empresarial de Blumenau (Acib) e o Sindicato do Comércio Varejista de Blumenau (Sindilojas) participam do debate ao lado da prefeitura e enxergam com bons olhos o projeto. Para o presidente da Acib, Avelino Lombardi, preservar a história na região da Rua XV de Novembro mantém a imagem que Blumenau tem para os turistas.
“Nossa cidade é histórica, precisa ser preservada. Você tem uma cidade limpa, bonita, que vale a pena visitar. As pessoas vêm para Blumenau por causa do nome que a cidade conquistou. Preservar o lado histórico certamente atrai mais turistas para a região e incentiva o turismo”, destaca o líder empresarial.
Presidente do Sindilojas, Emílio Schramm aponta que há também um projeto para tentar renovar os desenhos nas calçadas da Rua XV de Novembro, que rebatem a arquitetura dos prédios históricos. Gastas com o tempo, boa parte das imagens não é mais vista por quem passa pelo local.
“Tudo que valorizar a nossa condição histórica nós somos a favor. O futuro do Centro da cidade é valorizar o que ela é na história. Tem empresa que agrediu ao blumenauense, pegam um prédio histórico e pintam de outra cor. É uma falta de respeito com o blumenauense. O primeiro passo é conscientizar, mas algo mais ágil é quando pesa no bolso. Então, infelizmente uma multa pode ser o caminho”, afirma Schramm.
Fonte: NSC
Notícia Anterior
Câmara dos Deputados: seminário discute legislação ambiental e desenvolvimento urbano
Próxima Notícia
Clipping – Agência Brasil - Condephaat paulista chega aos 50 anos e quer integração com cidadãos
Notícias por categorias
- Georreferenciamento
- Regularização fundiária
- Registro eletrônico
- Alienação fiduciária
- Legislação e Provimento
- Artigos
- Imóveis rurais e urbanos
- Imóveis públicos
- Geral
- Eventos
- Concursos
- Condomínio e Loteamento
- Jurisprudência
- INCRA
- Usucapião Extrajudicial
- SIGEF
- Institucional
- IRIB Responde
- Biblioteca
- Cursos
- IRIB Memória
- Jurisprudência Comentada
- Jurisprudência Selecionada
- IRIB em Vídeo
- Teses e Dissertações
- Opinião
- FAQ - Tecnologia e Registro
Últimas Notícias
- Penhora. Executado – cônjuge. Regime de bens – comunhão parcial. Meação – reserva.
- ONR investirá R$ 20 milhões para digitalizar acervo de Cartórios de cidades pequenas
- Resolução CNJ n. 609 de 19 de dezembro de 2024