Em 20/08/2018

Clipping – O Dia - Veja as opções para comprar imóvel sem a linha pró-cotista da Caixa


Com falta de recursos do FGTS para financiar unidades usadas, alternativas são encontradas no SFH


Após o anúncio do fim dos recursos para financiamento imobiliário pela linha pró-cotista da Caixa Econômica Federal - voltada a unidades usadas -, quem quiser realizar o sonho da casa própria terá que optar por modalidades com taxas e condições diferentes. Especialistas indicam que as alternativas são as linhas que usam o próprio FGTS - só que para imóveis novos -, e outras possibilidades com juros mais baixos, como no Sistema Financeiro de Habitação (SFH).No dia 5 e agosto, a Caixa suspendeu a modalidade pró-cotista para aquisição de imóveis usados, uma das mais em conta do mercado. Agora, segundo o banco só resta recursos para financiar unidades novas, que é destinada a quem trabalhou pelo menos três anos com conta ativa no FGTS, não é proprietário de imóvel no município que pretende morar e não possui financiamento no SFH.A taxa de juros para essa modalidade é de 7,85% a 9,01% ao ano, e a casa ou apartamento deve custar até R$ 950 mil no Rio. O limite mínimo para financiamento é de R$ 5 mil.
 
No Banco do Brasil, onde a negociação é feita na agência ou via aplicativo App BB, as taxas para imóveis populares são fixadas em 5,11% mais Taxa Referencial (TR), operando em linhas em que o uso do FGTS é permitido. Neste caso, com imóveis que devem valer até R$240 mil no Rio de Janeiro, pagos em até 360 meses. No BB, a pró-cotista para imóveis usados também não está operando.
 
No primeiro trimestre de 2018, duas mil pessoas financiaram por meio desta modalidade, segundo a instituição. Para quem pode optar pela aquisição de imóvel novo, o crédito tem taxa anual a partir de 9% mais TR, com prazo máximo de 360 meses.
 
Carta De Crédito
Uma modalidade da Caixa que tem taxas mais baixas é a Carta de Crédito FGTS, para imóveis novos e usados, construção em terreno próprio, obras ou melhoria e reforma de imóvel. É destinada a pessoas com renda bruta familiar de até R$ 9 mil. As condições giram em torno de propriedade de outros imóveis, com taxas de juros que variam de 5,11% a 8,47% ao ano, e até 360 meses de prazo para quitar.
 
Para verificar qual linha é mais satisfatória, é possível fazer uma simulação no site www.caixa.gov.br, clicando em Produtos, e em seguida, Habitação. Ao escolher a categoria do imóvel, o cliente pode sinalizar o valor total, e quanto está disposto a pagar de entrada (a Caixa exige o mínimo de 30%).O Programa Minha Casa Minha Vida tem as menores taxas do mercado, e cumpre função para quem é tem renda familiar de até R$ 7 mil na Caixa e de R$ 9 mil no Banco do Brasil. A taxa de juros no BB é partir de 5,5% ao ano, passível de redução de 0,5% para trabalhadores que possuem conta no FGTS há pelo menos três anos. Para comprovar, é necessária a Carteira de Trabalho, além dos documentos listados no site www.bb.com.br, clicando em Produtos e Serviços. Na Caixa, as taxas, subsídios e prazos são definidos a partir da renda específica da família.
 
Para Alexandre Prado, da consultoria Núcleo Expansão, a suspensão da linha pró-cotista para usados afeta diretamente o mercado imobiliário: "A primeira dificuldade é na diferença de juros, chegando a 12% ao ano em outras modalidades, ficando mais caro no valor final. Além disso, impacta na renda de quem quer fazer o financiamento, pois vai precisar pagar uma parcela maior", explica.
 
Bancos privados têm linhas de crédito
Além dos bancos estatais, há opções em instituições privadas. No Santander, por exemplo, as taxas pelo Sistema Financeiro de Habitação de 9,49% mais TR para aquisição de imóveis a partir de R$ 90 mil. O cliente deve ter uma renda mínima de R$ 2,5 mil, e o financiamento será de pelo menos R$ 60 mil, sendo permitido usar o FGTS. Em breve, o banco deve operar também na linha pró-cotista. No Itaú, as taxas são a partir de 8,8% ao ano mais TR, com valor de financiamento a partir de R$ 80 mil, tanto para novos como usados. No Bradesco, os juros são de 8,95% ao ano além da TR, com parcelas a partir de R$ 200 e uso do FGTS.
 
Outra modalidade possível é pelo Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), geralmente usado para unidades de maior valor, acima do previsto no SFH. Nela, o Itaú opera com 9% ao ano mais TR; a Caixa com 10% a 11,25% e 9,49% ao ano, além de TR no Santander.
 
"A melhor linha é o pró-cotista, depois o SFH e por último o SFI. Isso se deve pelo fato dos dois primeiros estarem sob controle do governo. O terceiro é uma prerrogativa dos bancos", explica Alexandre Prado. No caso da SFH, a renda é determinante, e isso tem impacto para pessoas com renda menor: "Se o proponente ganha, por exemplo, R$ 1 mil, o banco entenderá que tem capacidade de pagar parcela mensal de R$ 300. Quando a simulação com o banco é feita, e a pessoa tem renda menor, a capacidade de financiamento diminui", afirma Prado.
 
O especialista orienta fazer mais de uma simulação para ver as melhores condições de financiamento, de acordo com cada modalidade de crédito. É possível simular online e nas próprias agências, e no caso das linhas em que a renda é considerada, o banco costuma exigir variação de 25% a 30% de comprometimento.
 
Estímulo
Thiago Neves, advogado da área imobiliária, acredita que, a intenção de estimular o mercado, a tendência é que as instituições bancárias deem mais facilidades no financiamento de imóveis novos: "Assim se estimulam as construções e também permite que a pessoa adquira um imóvel novo. Por certo, em alguns casos os imóveis novos podem ser até mais caros, mas compensa-se com linhas de crédito mais "baratas", ou seja, com juros e demais taxas mais baixas. Por isso que comumente as linhas de crédito para a compra de imóveis novos são mais amplas", explica.
 
Longo Prazo
A designer Renata Carvalho, 35 anos, financiou um imóvel usado pela Caixa Econômica Federal há pouco mais de um ano, e usou recursos do FGTS, com pagamento em até 360 meses. Para ela, a principal dificuldade foi a questão do longo prazo: "Os proprietários não querem esperar. Eu tive que negociar com a antiga proprietária pois ela queria desistir diante do prazo", afirmou Renata.
Juros mais baixos
 
No caso de Renata, a escolha do banco e da modalidade foram justamente os juros mais baixos: "Fiz porque tinha uma boa quantia no FGTS e o os juros estavam baixos, a 8% ao ano", contou.
 
Financiamentos
Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), de janeiro a junho de 2018 foram financiadas 98.844 unidades, entre imóveis e construções.
 
Fonte: O Dia
 


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