A manutenção da baixa taxa básica de juros (Selic) - atualmente em 6,5%, o menor patamar da história - está trazendo efeitos positivos para quem está buscando a casa própria, o principal deles é o barateamento do crédito imobiliário. Esse cenário ficou ainda melhor com a recente redução da Caixa Econômica Federal (CEF) aos juros de seus financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

 

As taxas mínimas passaram de 9% ao ano para 8,75% no caso de imóveis financiados dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Os juros para imóveis do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) passaram de 10% ao ano para 9,50%. Esses dois sistemas representam 70% dos financiamentos imobiliários no Brasil. Outra mudança importante é o aumento do percentual do valor de financiamento para imóveis prontos e usados, que subiu de 70% para 80%. Dessa maneira, o brasileiro conseguirá fazer a aquisição de imóveis com uma entrada menor. Em Goiás, enquadram-se no SFH os imóveis residenciais de até R$ 800 mil.

 

“Estamos começando a sentir os efeitos práticos da queda da Taxa Selic, que atualmente é mais baixa da história e, só neste ano, caiu de 7% (patamar registrado em janeiro deste ano) para 6,5% (em abril), índice que se mantém até hoje. Isso é muito bom porque pressiona a Caixa e os grandes bancos privados a baratearam o crédito para a compra da casa própria”, avalia Ricardo Teixeira diretor e sócio da URBS RT Lançamentos Imobiliários, uma das maiores empresas do setor imobiliário em Goiás.

 

Mais um motivo que contribuiu com a queda dos juros do crédito para compra de imóveis, analisa outro especialista imobiliário da URBS RT Lançamentos Imobiliários, Anderson Andreolli, “foi a forte concorrência dos bancos privados, que têm apresentado taxas mais acessíveis”, comentou.

 

Estímulo

Anderson Andreolli também destaca que a redução dos juros praticados pela Caixa Econômica vai estimular o mercado e deve diminuir consideravelmente o estoque imobiliário. “A Caixa é um banco com forte tradição em financiamento imobiliário, quando ela anuncia esse tipo de medida o mercado se aquece. Com ampliação do texto de financiamento para imóveis prontos e usados isso irá aquecer não só os lançamentos, mas também o mercado de revenda ou de imóveis prontos usados, reduzindo bastantes os estoques, que já vinha baixando desde do começo do ano”, explica Andreolli.

 

Números da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) comprovam essa tendência de queda dos juros para compra de imóveis. Segundo a entidade, os financiamentos imobiliários com recursos do SBPE alcançaram R$ 5,49 bilhões em junho, uma alta de 22,2% em relação ao mês anterior e de 44,7% na comparação com junho do ano passado.

 

Esta é a segunda mudança que a Caixa realiza este ano. Em abril, ela reduziu as taxas de juros, pela primeira vez após 17 meses, motivada por bancos privados terem iniciado um movimento nesse sentido. Na comparação com os cinco primeiros meses de 2017 com o mesmo período deste ano, Itaú, Bradesco e Santander aumentaram, respectivamente, em 21%, 56% e 137% o total de recursos da poupança destinados ao crédito imobiliário.

 

Fonte: Segs