Debatedores da Câmara dos Deputados divergem sobre a transferência de terras para o Amapá
Após a assinatura do decreto para a transferência das terras, ações violentas foram desencadeadas por detentores de títulos ilegais emitidos pelo órgão de terras do estado.
O Amapá deixou de ser território federal com a Constituição de 1988, mas quase todas as terras do estado ainda pertenciam ao governo federal. Estudo do governo do Amapá apontou que o estado era dono de apenas 3% de uma área de total 143 mil quilômetros quadrados do território.
Após a assinatura do decreto para a transferência das terras, ações violentas foram desencadeadas por detentores de títulos ilegais emitidos pelo órgão de terras do estado. Para debater os impactos sociais desta transferência, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias realizou audiência pública nessa quarta-feira (24/8).
Segundo a deputada Janete Capiberibe (PSB-AP), autora do requerimento, a transferência das terras da União ao estado do Amapá é necessária e urgente. “O decreto acabou potencializando os conflitos que já existiam no Amapá, pois o processo de transferência das terras foi realizado sem condições mínimas de garantia dos direitos dos beneficiados, causando ainda mais transtornos por falta de acompanhamento”, ressaltou.
A parlamentar defendeu que o decreto de transferência deveria seguir os mesmos critérios estabelecidos na transferência de terras da União ao estado de Roraima. O uso de georreferenciamento é uma das medidas que pode impedir o uso indevido das terras. "Amapá e Roraima foram transformados em estado, então o que valeu para Roraima, tem que valer para o Amapá.", afirmou.
No entanto, o padre Sisto Magro, coordenador da Comissão Pastoral da Terra, alegou que esta medida é equivocada, pois dá espaço à exploração de grandes empresas, como as do agronegócio, que, além da competição desleal, muitas vezes impedem que povos da região como quilombolas, indígenas e ribeirinhos explorem o local.
Luciano Mariz Maia, representante do Ministério Público Federal, acrescentou que o diálogo entre o Estado e as entidades envolvidas é fundamental para manter a legalidade com a adversidade dessas comunidades.
Como nenhum representante do governo do Amapá compareceu à audiência, o relatório da reunião será encaminhado ao governo e a entidades competentes daquele estado.
Fonte: Agência Câmara Notícias
Em 25.8.2016
Notícia Anterior
Câmara dos Deputados: seminário discute legislação ambiental e desenvolvimento urbano
Próxima Notícia
STJ reconhece validade da corretagem de imóvel, mas declara taxa Sati abusiva
Notícias por categorias
- Georreferenciamento
- Regularização fundiária
- Registro eletrônico
- Alienação fiduciária
- Legislação e Provimento
- Artigos
- Imóveis rurais e urbanos
- Imóveis públicos
- Geral
- Eventos
- Concursos
- Condomínio e Loteamento
- Jurisprudência
- INCRA
- Usucapião Extrajudicial
- SIGEF
- Institucional
- IRIB Responde
- Biblioteca
- Cursos
- IRIB Memória
- Jurisprudência Comentada
- Jurisprudência Selecionada
- IRIB em Vídeo
- Teses e Dissertações
- Opinião
- FAQ - Tecnologia e Registro
Últimas Notícias
- O Registro de Títulos e Documentos e Civil das Pessoas Jurídicas em Artigos: RTDPJ à serviço da sociedade
- Três equívocos comuns sobre a função notarial – Parte 2 – Da prova à forma: o notário como jurista
- Divisão amigável. Pessoa jurídica. Sócio estrangeiro. Documentação necessária.