O Tempo - Em Minas, já é possível usar bitcoin para comprar imóveis
Por meio da tecnologia blockchain e suas criptomoedas, como o bitcoin, corretoras e imobiliárias mineiras estão aderindo à nova tendência, e o investidor imobiliário ganhando uma nova opção de pagamento
A revolução tecnológica provocada pelas moedas digitais já chegou ao mercado imobiliário e está possibilitando novas formas de venda no setor. Por meio da tecnologia blockchain e suas criptomoedas, como o bitcoin, corretoras e imobiliárias mineiras estão aderindo à nova tendência, e o investidor imobiliário ganhando uma nova opção de pagamento.
Para o presidente da Rede Netimóveis, Ariano Cavalcanti de Paula, a ferramenta é uma nova possibilidade de investimento seguro e desburocratizado, uma vez que os dados online ficam disponíveis para os envolvidos na negociação e todo o histórico de transações gravado na plataforma. Desde o seu surgimento, há nove anos, a plataforma nunca sofreu nenhum tipo de fraude, o que, segundo Cavalcanti, aumenta a confiabilidade do sistema. “As criptomoedas são mais uma opção de pagamento na hora de fechar um negócio. Agora, além de podermos usar bens como forma de pagamento na hora de comprar uma casa nova, por exemplo, temos as criptomoedas como opção. Essa é mais uma forma de movimentar o mercado e abrir o leque de opções na hora de pagar”, avalia.
Cavalcanti acrescenta que a tecnologia blockchain, que viabilizou o surgimento de todas as criptomoedas (que já são mais de mil), é o que de fato interessa ao mercado imobiliário. “Por meio de uma blockchain, é possível transformar o imóvel num ativo líquido, conferindo-lhe maior liquidez decorrente da informação absoluta. Inúmeros estudos já estão em curso nesse momento”, afirma. Ele destaca também que outras aplicações importantes estão ocorrendo, como em contratos e registros de imóveis e contratos inteligentes de locação, por exemplo.
E é pensando em novas formas de investimento que o advogado Carlos Henrique Oliveira Gomes, 32, está ofertando seu lote, no distrito de Casa Branca, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, em troca de moedas virtuais, como o bitcoin. Mesmo sendo novo nesse tipo de negociação, o advogado se diz seguro para apostar na ferramenta. “Eu tenho acompanhado a revolução dos bitcoins e sei que muitas pessoas já ganharam muito dinheiro investindo nesse tipo de negócio. Agora eu quero experimentar”, conta o investidor, que já avaliou os riscos e possibilidades da venda do seu lote, avaliado em R$ 220 mil. “Tudo vai depender da cotação do dia da venda e da tendência de mercado. Se estiver favorável, aceito até 100% do valor que estou pedindo”, garante ele.
Riscos e Incertezas
Apesar de toda a curiosidade que as criptomoedas tem despertado, muita gente ainda tem dúvidas se é a melhor opção para investir suas economias.
O consultor financeiro Carlos Eduardo Costa avalia os riscos desse tipo de transação e alerta sobre as possibilidades de desvalorização da moeda virtual. “No ano passado, os bitcoins ganharam destaque e a valorização foi nas alturas, mas não há como prever o futuro”, afirma.
Para o consultor, fazer um investimento muito alto pode ser perigoso, pois os fatores que fazem as criptomoedas valorizarem ou desvalorizarem ainda são desconhecidos. “Uma pessoa pode investir hoje, por exemplo, R$ 100 mil em bitcoins, esperando que a criptomoeda vá se valorizar, e, daqui há três meses, seja possível comprar um imóvel de luxo. Mas, se a situação mudar e a moeda sofrer uma brusca desvalorização, é possível que o máximo de investimento a ser feito seja uma barraca de praia”, explica Costa.
Queda do bitcoin
Depois de acumular valorização de 1.400% no ano passado, a criptomoeda mais famosa do mercado já perdeu quase metade de seu valor em 30 dias. O consultor financeiro Carlos Eduardo Costa recomenda que quem já investiu nos bitcoins e precisa dos recursos para realizar um objetivo a curto prazo, o ideal é tentar vender as moedas e evitar perdas maiores. Mas, se houver tempo, o recomendado é aguardar para uma melhoria nas cotações da moeda virtual.
Mercado de BH volta aos preços praticados em 2009
Levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) mostra que, depois de cinco anos consecutivos de queda nos preços médios de vendas de imóveis residenciais (apartamentos) em Belo Horizonte, o ano passado fechou com um acumulado positivo de 2,05% no período de dezembro de 2016 a novembro do ano passado.
E, comparando-se com a inflação acumulada no período e com o custos da construção civil, conclui-se que os valores médios de venda dos apartamentos em novembro de 2017 retornaram ao patamar de praticado de preços em julho de 2009.
Em relação aos preços médios mensais dos aluguéis residenciais da capital mineira, conforme os dados apontados pela Ipead, o ano passado registrou alta de 2,12%, inferior ao IPCA da capital, que acumulou avanço de 3,94% no ano passado.
Ainda conforme o levantamento, desde os anos 2000, o acumulado nos preços médios dos alugueis registrou elevação, exceto em 2016, quando os preços registraram queda de 1,21% ante a inflação daquele ano, que foi de 7,87%.
Fonte: O Tempo
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