Em 17/08/2021

Presidente do ONR concede entrevista à ARIPAR


Para Flauzilino Araújo dos Santos, “o ONR é de todos os registradores do país”.


O Presidente do Operador Nacional do Sistema de Registro de Imóveis Eletrônico (ONR) e Diretor de Tecnologia do Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (IRIB), Flauzilino Araújo dos Santos, concedeu entrevista à Associação dos Registradores de Imóveis do Paraná (ARIPAR), tendo como pauta o atual status de sua implantação e o desenvolvimento dos primeiros módulos de serviços que serão disponibilizados aos Registros de Imóveis de todo o País. O ONR foi Criado com o objetivo de implementar e operar Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis (SREI), em âmbito nacional, visando a integração das unidades registrais brasileira e  representa o mais novo desafio ao sistema registral brasileiro.

Confira abaixo a íntegra da entrevista:

Aripar – O Operador Nacional do Sistema de Registro de Imóveis Eletrônico (ONR) tem funcionado por meio das centrais eletrônicas estaduais. Atualmente, todos os Estados possuem centrais em operação?

Flauzilino Araújo dos Santos As centrais funcionam de forma autônoma. Embora o ONR tenha a atribuição de coordenar o funcionamento das Centrais, na prática, não há ingerência no funcionamento das Centrais, que estão sob a gestão das respectivas entidades estaduais. Algumas Centrais cederam suas operações eletrônicas para o ONR, que está desenvolvendo o Serviço de Atendimento Compartilhado (SAEC), a partir dos sistemas da Central Registradores da ARISP. Esse modelo será disponibilizado para atendimento aos usuários públicos e privados para atender requisições de serviços em todas as unidades do território nacional, sem prejuízo do funcionamento da Central local.

Aripar – No evento que aprovou o Estatuto do ONR, foi atribuído o propósito de ser uma instituição democrática em que todos os registradores do Brasil tenham voz e voto. Como tem sido isso na prática durante este mais de um ano?

Flauzilino Araújo dos Santos – Os órgãos de administração e gestão do ONR foram eleitos em Assembleia Geral Nacional. É o sistema de democracia representativa onde os eleitos representam contingente determinado de registradores dos estados e do Distrito Federal. A quase totalidade das deliberações da Diretoria Executiva do ONR – que também é formada por registradores de vários estados – são apreciadas pelo Conselho Deliberativo.

Aripar – Como vê a implementação do ONR pelos registradores imobiliários?

Flauzilino Araújo dos Santos – Os registradores há muito ressentiam pela inexistência de uma instituição que convergisse todos os oficiais, já que o IRIB e o CORI-BR são instituições nacionais, porém de natureza jurídica “associação”. O ONR está atualizando o Projeto SREI, que foi desenvolvido entre 2010 e 2012, com as especificações técnicas de um sistema de registro eletrônico de imóveis, o que vai permitir a padronização de procedimentos e, também, a portabilidade de sistemas.

Aripar – Em sua avaliação, o funcionamento do ONR tem contribuído para o desenvolvimento da regularização fundiária no Brasil?

Flauzilino Araújo dos Santos – Tem contribuído como participante de grupos de trabalho e de estudos relacionados com a Reurb, porém, com a finalização dos sistemas, aliado ao projeto de inclusão digital das pequenas serventias, com doação de sistemas e de hardwares, propiciará um incremento considerável na regularização fundiária do país.

Aripar – Como avalia toda a caminhada para aprovação do ONR e seu pleno funcionamento?

Flauzilino Araújo dos Santos – Embora a criação do ONR tenha sido discutida com várias lideranças da classe desde maio de 2016 acredito que este é o tempo oportuno para sua concretização.

Aripar – Como avalia a participação de todos os oficiais de Registro de Imóveis na atuação da construção do Operador Nacional?

Flauzilino Araújo dos Santos – O ONR é de todos os registradores do país. Por óbvio que além de voz e voto, todos participem de sua construção com ideias e recursos.

Aripar – O ONR é uma das iniciativas mais importantes para o Registro de Imóveis. A que se deve essa legítima importância?

Flauzilino Araújo dos Santos – A Lei 11.977/2009 fixou um prazo de 5 anos para implantação do registro eletrônico. Porém, essa lei não dispôs da forma como os oficiais se agrupariam para a realização desse empreendimento. A Lei 13.465/2017 supriu essa lacuna ao instituir o ONR.

Aripar – Quais os próximos passos para o ONR?

Flauzilino Araújo dos Santos – As publicações do SAEC 1.0, do RI-JUD, que será um sistema que vai propiciar ao Poder Judiciário todos os serviços que demandam ao Registro de Imóveis (indisponibilidade, penhora, arresto, sequestro, arrolamentos e averbações premonitórias e seus cancelamentos), do e-PAN – Processo Administrativo Nacional, a conclusão do Projeto SREI. Nosso desafio é a inclusão digital a fim de que todas os Cartórios de Registro de Imóveis do país tenham o mesmo padrão de funcionamento eletrônico.

Aripar – Como avalia o mercado imobiliário brasileiro e qual a sua importância para a economia do país?

Flauzilino Araújo dos Santos – O mercado imobiliário brasileiro tem sido um importante fator na economia do país, ao gerar emprego e renda. Os dados comprovam seu crescimento neste ano de 2021, em relação aos mesmos períodos em 2020. Torcemos pela manutenção de elementos importantes como continuidade da disponibilidade de crédito imobiliário, a manutenção da taxa de juros em níveis atrativos, bem como a digitalização dos negócios imobiliários.”

Fonte: IRIB com informações da Assessoria de Comunicação da ARIPAR.



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