Senador sugere acordo para desocupação de área indígena no MT
O parlamentar disse não são respeitados os direitos daqueles que vivem na região há mais de 20 ou 30 anos, e que têm escrituras das terras que compraram ou ganharam
Em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (11), o senador Cidinho Santos (PR-MT) lamentou os conflitos na região de Suiá Missu, no nordeste matogrossense, entre produtores rurais e policiais durante a desocupação da reserva indígena Marãiwatsédé, que resultaram em 11 agricultores feridos.
– Várias vezes subi nesta tribuna para alertar o governo federal, para alertar as autoridades, do que poderia acontecer – lembrou o senador ao afirmar que não são respeitados os direitos daqueles que vivem na região há mais de 20 ou 30 anos, e que têm escrituras das terras que compraram ou ganharam.
Cidinho Santos ressaltou que as famílias deixaram suas casas e perderam suas propriedades sem nenhuma indenização e pediu "bom senso" ao governo federal e do Mato Grosso, e ao Ministério Público para não tratar os produtores como grileiros ou posseiros de terras. Ele reconhece que uma pequena parte é formada por médios e grandes fazendeiros "devidamente legalizados", mas a maioria é de pequenos criadores e plantadores de arroz. O senador ainda desafiou o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a mostrar quais são as áreas de assentamento rural para onde devem ser transferidos os moradores despejados.
– Onde estão as casas construídas nesses lotes? As estradas, as escolas, a energia elétrica? Não existe nada – afirmou o senador.
O parlamentar também anunciou uma reunião com o presidente da República em exercício, Michel Temer, e a bancada federal do Mato Grosso para pedir a suspensão da portaria que criou a reserva indígena na região, até que sejam apuradas "possíveis irregularidades" no processo e a negociação de um acordo entre as partes.
– Os próprios índios reconhecem que aquela área não é a área que lhes pertence – declarou Cidinho Santos.
Fonte: Agência Senado
Em 12.12.2012
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