Em 18/02/2019

Clipping – Folha de Pernambuco - Classe média volta a comprar imóvel


Retomada do crédito com recursos da poupança anima o setor imobiliário e atrai procura da classe média


O ano começa animador para o setor imobiliário. A retomada do crédito com recursos da poupança e o aumento expressivo de lançamentos mais caros em 2018 apontam para um retorno das classes médias ao mercado.
 
Em 2018, o volume financiado para aquisição ou construção de imóveis interrompeu três anos consecutivos de queda e avançou 15%, segundo a Abecip (associação das entidades de crédito imobiliário).
 
O grande impulso veio do salto de 33% nos valores financiados com recursos da poupança, o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), para R$ 57,4 bilhões. O setor vinha sendo sustentado mais pela demanda no programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida.
 
Já com recursos do FGTS, muito usado no MCMV, o crescimento em 2018 foi de só 2%, para R$ 60 bilhões --patamar de desembolso que segue em níveis históricos altos. A projeção da associação, porém, é de queda de 5% neste ano.
 
"O FGTS foi fundamental nos anos de crise. Mas ele tem uma característica de fundo, de recursos limitados. O SBPE volta a ter o papel que sempre teve no mercado, de puxá-lo, ainda que sobre uma base baixa", afirmou Gilberto Duarte de Abreu Filho, presidente da Abecip, ao divulgar os resultados do setor.
 
No auge, em 2014, os desembolsos do SBPE chegaram a R$ 113 bilhões.
Cristiane Magalhães, diretora de crédito imobiliário do Itaú Unibanco, diz ser positivo ver o avanço do mercado em um segmento "mais livre". "É um movimento mais natural e menos induzido", afirma.
 
O financiamento imobiliário no banco subiu 5,8% em 2018. Para este ano, a Abecip projeta mais um crescimento de 20% do SBPE, a R$ 69 bilhões. "Essa é uma estimativa diante de um cenário intermediário de incerteza. Não sabemos se as reformas serão aprovadas", disse Abreu Filho. Ele se refere especialmente à reforma da Previdência, considerada pelo mercado financeiro passo fundamental para um ajuste fiscal do país.
 
A perspectiva de que as contas públicas entrem nos eixos ajudou a derrubar os juros de longo prazo, medida importante para a composição das taxas imobiliárias nos bancos. Há cerca de seis meses, antes das eleições, contratos com vencimento em 2029, por exemplo, tinham taxas a 12%. Hoje, estão em 9%. "Vai fazer muita diferença para o mercado o que acontecer com essas taxas. Se as reformas passarem, elas vão cair e o apetite dos bancos e de toda a economia aumentam", disse o presidente da Abecip.
 
Os dados da associação consideram crédito para a compra de imóveis prontos. Mas o crescimento expressivo de lançamentos voltados para a média e a alta rendas indica que incorporadores já antecipam alta da demanda também nos estandes de vendas.
 
Lançamentos para essa faixa avançaram 54% nos 12 meses até novembro, último dado da Abrainc (associação das incorporadoras), na comparação com igual período de 2017. Os lançamentos dentro do MCMV subiram menos, 24%, mas ainda são 75% das novas unidades no mercado.
 
Fonte: Folha de Pernambuco
 


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