Em 16/05/2018

Clipping – G1 - Prefeitura de SP desapropria 12 casas, não inicia obras, e imóveis são ocupados


Prefeitura de São Paulo desapropriou 12 imóveis no Jabaquara, Zona Sul de São Paulo, para construir um viaduto que faria parte de um parque linear. Mas, além de não ter dado início às obras, as casas vazias foram ocupadas.


Em nota, assessoria responsabilizou gestão anterior, mas ao menos uma família deixou local em janeiro, já durante a administração Doria (PSDB)
 
Prefeitura de São Paulo desapropriou 12 imóveis no Jabaquara, Zona Sul de São Paulo, para construir um viaduto que faria parte de um parque linear. Mas, além de não ter dado início às obras, as casas vazias foram ocupadas.
 
As obras na rua Camilo Carreiro fazem parte da Operação Urbana Água Espraiada.
 
Uma das casas desapropriadas era da família de Cristina Trindade de Melo, que havia acabado de passar por uma reforma. “Era um sonho, com certeza. Nós construímos com muito sacrifício, moramos muito tempo numa casa bem humilde, onde nós só tínhamos um quarto e a cozinha. E isso a gente foi construindo aos poucos, com muito esforço”, diz a dona de casa.
 
Pela desapropriação, a Prefeitura pagou R$ 900 mil, ainda depositados em juízo. Há 4 meses, a família desembolsa cerca de R$ 1.900 mensais de aluguel. A casa é uma das que atualmente se encontra ocupada.
 
“O meu sonho ocupado por pessoas que não construíram nada, não fizeram nada, e o descaso da Prefeitura”, lamenta Cristina.
Em nota, a Prefeitura responsabilizou a gestão de Fernando Haddad (PT), afirmando que eles desapropriaram os imóveis e não começaram as obras. A família de Cristina, no entanto, saiu da casa em janeiro de 2018, já na gestão João Doria (PSDB).
 
“A Prefeitura me procurou, foi até meu portão com oficial de Justiça pra dizer que eu tinha até 19 de janeiro pra desocupar o imóvel, prazo que eu não consegui cumprir”, conta Cristina. “Foi quando eles falaram que se até o dia 19 de janeiro eu não desocupasse com os meus filhos e minha mudança eles usariam força policial para me tirar de lá”.
 
Insegurança
Os vizinhos que ficaram contam que se sentem inseguros com as ocupações: “É consumo de droga, som alto, barulho nas casas que estão sendo invadidas”, disse uma moradora que não quis se identificar.
 
Segundo os moradores da Rua Camilo Carreiro, até 15 dias antes da visita da reportagem havia um vigilante para proteger os imóveis desapropriados. O Bom Dia SP constatou que, até o momento, não há nenhum sinal de que a obra da Operação Água Espraiada esteja em andamento.
 
Em vídeo, é possível ver dois homens carregando a mudança num dos 12 imóveis desapropriados. Em outro momento, um homem joga entulho.
 
Um dos ocupantes, Ariovaldo, disse à reportagem que, sem emprego e com uma ordem de despejo, a única alternativa foi se mudar para a casa desapropriada.
 
“E como eu estou desempregado, eu e minha esposa, numa situação precária, e com despejo de onde eu moro há dois anos, sete meses de aluguel atrasado, então eu decidi vir aqui pra dentro”, afirmou. “Acolher minha família, porque eu não vou ficar embaixo do viaduto com minha mulher e minha família, né?”
 
Medidas judiciais
A SPObras disse em nota que, ao contrário do que afirmam os moradores, existe uma empresa de vigilância móvel contratada para reforçar a segurança e impedir ocupações na Rua Camilo Carreiro. A equipe do Bom Dia SP esteve no local e não constatou nenhum serviço de vigilância sendo prestado.
 
Sobre os imóveis que foram ocupados, a SPObras disse que a Prefeitura Regional do Jabaquara já tentou a reintegração administrativa, que não avançou, e agora recorrerá à Justiça.
 
Fonte: G1
 


Compartilhe