Em 13/11/2018

CNJ: Corregedor fala sobre os impactos da inteligência artificial no Direito


“As formas de trabalho tradicionais serão muito alteradas no futuro próximo e as atividades rotineiras serão fortemente modificadas. É preciso – desde logo – investir na formação dos futuros práticos do direito. Eles precisarão, cada vez mais, estar preparados para lidar com as novas tecnologias”


“As formas de trabalho tradicionais serão muito alteradas no futuro próximo e as atividades rotineiras serão fortemente modificadas. É preciso – desde logo – investir na formação dos futuros práticos do direito. Eles precisarão, cada vez mais, estar preparados para lidar com as novas tecnologias”.
 
A afirmação foi feita pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, na noite dessa segunda-feira (12.11), durante palestra magna de abertura do XX Congresso Brasileiro de Direito Notarial e de Registro, em São Paulo. O evento vai até o dia 14 de novembro.
 
"Cartórios e Inteligência Artificial" foi o tema explorado pelo corregedor em sua conferência.  “Estamos em meio a uma revolução causada pela digitalização da vida. Todos os processos produtivos estão sendo alterados com base na aplicação do aprendizado de máquina. É a quarta revolução industrial ”, disse o ministro.
 
Forte aliada
Ao citar exemplos de aplicação da inteligência artificial em algumas atividades jurídicas, Martins mostrou como a tecnologia pode ser uma forte aliada dos operadores do Direito e como é impossível se manter alheio a essa nova realidade.
 
Um dos exemplos citados pelo corregedor foi a busca de jurisprudência e a possibilidade de serem inseridos parâmetros de cálculos na programação para aferir, por exemplo, a relevância de acórdãos.
 
“Ao acoplar um contador de acessos de quantas vezes o público baixou o documento, teremos um indicador de sua importância. A mesma lógica pode ser realizada por meio da contagem de citações do acórdão em outros acórdãos. Ou, ainda, a contagem de sua utilização na jurisprudência dos tribunais regionais e estaduais”, exemplificou o ministro.
 
Humberto Martins falou ainda do uso da inteligência artificial na geração de documentos, em resumos de casos e até mesmo em programas de “adivinhação”, já existentes no Brasil, que antecipam os resultados mais prováveis de ações judiciais.
 
Política Pública
Para o corregedor, o Brasil precisa se espelhar no exemplo de países como os Estados Unidos, França e Japão, que já possuem relatórios de governo acerca de políticas públicas para desenvolvimento de pesquisas e de aplicações da inteligência artificial.
 
“A construção de uma política pública no Brasil sobre o tema é extremamente necessária e relevante”, defendeu o corregedor ao destacar que os benefícios do uso desse tipo de tecnologia podem ser aproveitados na sociedade como um todo.
 
Fonte: CNJ
 


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