Entrevista do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para a TV Brasil
Conheça algumas idéias do novo Ministro da Justiça: segurança pública, relação com governos estaduais, entre outros temas
Em entrevista ao programa 3 a 1 da TV Brasil, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, falou sobre segurança pública, sobre o relacionamento do Ministério com os governadores e as Forças Armadas.
Cardozo abriu a série de entrevistas com os novos ministros do governo Dilma Rousseff. Ao falar sobre segurança pública, o titular da Justiça lembrou que a recente ocupação do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, pela forças policiais foi emblemática e que o episódio precisa ser observado até mesmo para verificar “os pontos fortes e os fracassos”. Ele anunciou que terá uma conversa com o governador Sergio Cabral e com o Secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame, para analisar o que pode ser aplicado nacionalmente. ” Não há solução para esse tipo de problema sem medidas preventivas e repressivas que envolvam todos os entes federativos”, acrescentou. “Ou há uma cooperação entre os entes federativos por um plano nacional ou não teremos sucesso”.
Cardozo destacou também que os eventos internacionais, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, darão ao governo um prazo para a solução dos problemas de segurança pública no Brasil. E advertiu: “Se a Copa e as Olimpíadas forem mal na segurança pública, estados e todo o Brasil ficam mal”.
Ainda sobre segurança pública, completou: ” A segurança pública exige uma política global com ações preventivas. Primeiro, precisamos da captação de informações sobre os crimes e a centralização em um órgão dessas informações. As Forças Armadas não têm função na segurança pública, mas em casos específicos, como foi no Rio de Janeiro, elas podem ser acionadas”.
O ministro da Justiça ainda falou sobre ditadura e defendeu a valorização do arquivo nacional. “O Ministério da Justiça vai zelar pelo Arquivo Nacional. Vou ao Rio de Janeiro para despachar numa sala dentro do Arquivo Nacional. É um gesto simbólico de valorização da nossa história”, disse. Cardozo também comentou sobre a decisão do ex-presidente Lula de não extraditar o ex-ativista Cesare Battisti. ” Não acho que as relações entre Brasil e Itália serão prejudicadas. Não é um conflito, mas uma divergência internacional”, afirmou ao programa, que foi exibido no último dia 05.
Eleito deputado federal em 2002 e 2006, Cardozo desistiu de concorrer à reeleição em 2010 sob alegação de estar saturado da “promiscuidade do sistema eleitoral”. Ocupando o cargo de secretário-geral do Diretório Nacional do PT desde 2008, foi um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff à Presidência e um dos escolhidos para integrar o ministério dela.
José Eduardo Cardozo foi eleito por quatro anos consecutivos como um dos 100 parlamentares mais influentes do Congresso pelo DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). Nesse mesmo período também foi eleito um dos melhores parlamentares do Congresso pelo site Congresso em Foco.
Participaram da entrevista os jornalistas Vanildo Mendes do jornal O Estado de São Paulo; e Jailton Carvalho, do O Globo. Na pauta, entre outros assuntos, o caso Batistti e o pacto sobre segurança pública com os governadores para combater o tráfico de drogas e a violência. A apresentação foi de Luiz Carlos Azedo.
Fonte: TV Brasil
Em 05.01.2011
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