Identidades soberanas
Identidades soberanas é tema de terceiro painel do Workshop “Identidade Digital e o Registro de Imóveis”. O modelo de identidade digital ideal foi discutido pelo coordenador de projetos na linha de Democracia e Tecnologia do ITS Rio, cientista político Marco Konopacki.
O cientista político Marco Konopacki, coordenador de projetos na linha de Democracia e Tecnologia do ITS Rio, apresentou o conceito de “identidades digitais soberanas”, que vem sendo perseguido por especialistas em tecnologia em todo o mundo, durante o Workshop “Identidade Digital e o Registro de Imóveis”, realizado pelo Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (IRIB), no dia 14 de maio, em São Paulo. Com seis palestrantes de diversas áreas, entre eles registradores, juristas e especialistas em tecnologia, o evento teve mais de 70 participantes.
“São diversos projetos que buscam integrar tecnologia e democracia em que os cidadãos teriam domínio total sob seus dados e a forma como eles seriam divulgados. Hoje o grande paradigma das sociedades emergentes é o processo de digitalização de tudo, das ações cotidianas, das formas que nos relacionamos — tanto entre pessoas, como entre pessoas e instituições, como com os registradores de imóveis”, disse. “Esse evento é de fundamental importância para que registradores de imóveis e outras instituições extrajudiciais percebam que a sociedade está mudando, não vai parar de mudar. Não sabemos como ela será ainda, mas se constrói um espaço de debate para se pensar como ela pode ser e como enfrentar esses desafios”, comentou Konopacki.
Segundo o cientista, o desafio, especificamente para os registradores, é que o processo documental passa por um momento de intensa digitalização e é preciso descobrir como garantir que essa informação seja confiável e como fazer com que ela seja compartilhável sem que se perca segurança nesse processo.
“Acredito que as tecnologias serão confiáveis a ponto de que mesmo instituições tão tradicionais e analógicas possam a vir confiar totalmente nelas. Claro que escândalos de vazamentos de dados assustam, mas acredito que eles sejam quase como as dores do parto para que nasça uma sociedade extremamente digital”, afirmou. “A ameaça de se perder, extraviar ou deteriorar um documento impresso em papel, para mim, é tão grande quanto as enfrentadas no meio digital. É inevitável, mas ao mesmo tempo, se não avançarmos nesse sentido significa admitir que nós preferimos ficar parados no tempo e ainda não aproveitar os benefícios que essas novas ferramentas nos trazem”.
O cientista político, que coordenou o debate público para regulamentação do Marco Civil da Internet, encerrou sua palestra apresentando diversas iniciativas para a construção de identidades soberanas, descentralizadas e seguras pelo mundo.
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