MPF, Iphan e Sebrae se reúnem para valorização do Patrimônio Histórico de Cáceres/MT
Propostas pretendem valorizar o conjunto arquitetônico e paisagístico tombado existente em Cáceres, na região Oeste de Mato Grosso
A valorização do conjunto arquitetônico e paisagístico Cáceres (MT) foi pauta da discussão promovida pelo Ministério Público Federal no ultimo dia de agosto, com a participação da sociedade cacerense e de representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O objetivo do evento foi identificar ideias e propostas para nortear ações revitalização e valorização do conjunto arquitetônico e paisagístico tombado existente em Cáceres, na região Oeste de Mato Grosso. O objetivo primordial da reunião era apresentar aos proprietários dos imóveis localizados na área tombada mais informações sobre o significado do tombamento, ressaltando as diversas possibilidades de uso que contribuam para a preservação e recuperação dos imóveis.
Cáceres, cidade situada na fronteira com a Bolívia, às margens do Rio Paraguai, para além de berço do pantanal mato-grossense, sedia um importante conjunto urbano dotado de traços históricos e culturais com valor inestimável e características próprias. Esse fato motivou o Iphan no ano de 2010, realizar o tombamento federal do quadrilátero central do município, que congrega aproximadamente 45 prédios tombados individualmente pelo Estado e Prefeitura, produzindo um conjunto excepcional pelo valor estéticos, paisagísticos, históricos e arquitetônicos.
A participação do superintendente do Sebrae em Mato Grosso, José Guilherme Barbosa Ribeiro, permitiu a apresentação de exemplos práticos de atuação da entidade em projetos de recuperação do patrimônio histórico, como a rua Riachuelo em Curitiba, lembrando da importância do empreendedorismo para se atingir o objetivo pretendido. Após ouvir dos empresários as dificuldades que os processos de aprovação de projetos de reforma e construção dos imóveis tombados em Cáceres, José Guilherme sugeriu ao Iphan a realização de plantões técnicos na cidade, para atendimento ao público, diante da inexistência de escritório local do Iphan.
A superintendente do Iphan em Mato Grosso, Marina Duque C. de Abreu Lacerda, comprometeu-se a analisar a proposta, ressaltando a preocupação da autarquiano diálogo com a cidade de Cáceres, que detém área tombada e de entorno superior à área tombada de Cuiabá.
O encontro também contou com a presença da professora de arquitetura Luciana Mascaro, que apresentou projeto que desenvolve com seus alunos para levantamento de todos os imóveis que compõe o centro histórico, a fim de subsidiar futuras leis de uso e ocupação do solo. A professora explicou, ainda, a necessidade de se manter o tombamento do conjunto, e não de prédios isolados, dúvida muito frequente entre a população. Por meio de fotos e simulações, foi mostrado o grande impacto que a liberação de construções e demolições na área causaria aos imóveis tombados individualmente.
Também foi lembrada a importância de se preservar o patrimônio imaterial presente na cidade, como o cururu, o siriri, a viola de cocho, as festas de santo, as rezas cantadas, manifestações que ainda permanecem muito vivas e nem sempre recebem a devida atenção e valor da sociedade e dos órgãos públicos.
Diversos setores da sociedade estiveram presentes, dentre eles secretários municipais, representantes da Câmara Municipal, professores da Unemat, empresários, alunos do curso técnico de turismo. Muitos presentes apontaram os esforços que já foram feitos em prol do patrimônio histórico.
De acordo com o procurador da República Felipe Mascarelli "a situação atual da cidade mostra que sem a participação efetiva do Poder Público e da iniciativa privada, o patrimônio é colocado em risco, prejudicando sua percepção como verdadeira riqueza da comunidade." Ainda segundo o procurador, "a reunião permitiu colocar em contato diversos setores que precisam trabalhar de forma mais articulada para preservação e aproveitamento do patrimônio cultural de Cáceres, permitindo que sejam pensadas ações mais eficazes no setor."
Fonte: MPF
Em 4.9.2015
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